O problema não é o intercâmbio de atletas, mas sim a desvalorização sistemática da "prata da casa".
Quando um prefeito autoriza gastos vultosos para contratar atletas de fora, oferecendo salários e estruturas que nunca foram disponibilizados aos moradores da própria cidade, ele envia uma mensagem clara: o talento local não é bom o suficiente.
- O impacto financeiro e social
Contratar "estrelas" por valores altos é uma estratégia de curto prazo. Muitas vezes, esse dinheiro sai dos cofres públicos — que deveriam investir em escolinhas de base, infraestrutura e material esportivo — e vai direto para o bolso de profissionais que, no fim do campeonato, pegam suas malas e partem para o próximo destino. O dinheiro sai da cidade, o conhecimento não fica e o legado é nulo.
Por outro lado, investir no jogador local é fazer o dinheiro circular na própria economia.
- Identidade não se compra
Gestores que ignoram a base estão condenando o futuro esportivo do município. Sem incentivo, o talento local migra para outras cidades, onde é valorizado, e acaba brilhando contra a própria terra natal.
O verdadeiro legado de um prefeito no esporte não deve ser medido pelo valor dos contratos assinados com estrangeiros, mas pelo número de jovens da cidade que ele ajudou a profissionalizar. Valorizar quem é da casa não é apenas uma questão de economia; é uma questão de justiça, respeito e visão de futuro.

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