sábado, 13 de dezembro de 2025

Afonso Bezerra: O Preço do Desprezo: Quando a Gestão Haroldo de Jango Prefere o "Brilho" de Fora ao Suor da Casa


Em Afonso Bezerra/RN, o esporte vive uma contradição amarga. De um lado, temos na cidade jovens talentosos que cresceram sonhando em representar suas cores, sua gente. Do outro, uma gestão municipal que, em busca de resultados imediatos ou visibilidade política, vira as costas para esses talentos e decide "importar" jogadores a preços de ouro.

O problema não é o intercâmbio de atletas, mas sim a desvalorização sistemática da "prata da casa".

Quando um prefeito autoriza gastos vultosos para contratar atletas de fora, oferecendo salários e estruturas que nunca foram disponibilizados aos moradores da própria cidade, ele envia uma mensagem clara: o talento local não é bom o suficiente.

- O impacto financeiro e social

Contratar "estrelas" por valores altos é uma estratégia de curto prazo. Muitas vezes, esse dinheiro sai dos cofres públicos — que deveriam investir em escolinhas de base, infraestrutura e material esportivo — e vai direto para o bolso de profissionais que, no fim do campeonato, pegam suas malas e partem para o próximo destino. O dinheiro sai da cidade, o conhecimento não fica e o legado é nulo.

Por outro lado, investir no jogador local é fazer o dinheiro circular na própria economia.

- Identidade não se compra

Gestores que ignoram a base estão condenando o futuro esportivo do município. Sem incentivo, o talento local migra para outras cidades, onde é valorizado, e acaba brilhando contra a própria terra natal.

O verdadeiro legado de um prefeito no esporte não deve ser medido pelo valor dos contratos assinados com estrangeiros, mas pelo número de jovens da cidade que ele ajudou a profissionalizar. Valorizar quem é da casa não é apenas uma questão de economia; é uma questão de justiça, respeito e visão de futuro.

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