O Ministério da Justiça lançou nesta segunda-feira um site
com informações sobre os 216 foragidos mais procurados no Brasil. Criminosos
conhecidos nacionalmente estão na lista, entre eles: André do Rap, da facção
Primeiro Comando Capital (PCC), o traficante do Comando Vermelho (CV) Doca, um
dos alvos da megaoperação no Rio em outubro, e o bicheiro Bernardo Bello, cuja
trajetória foi retratada na série do Globoplay "Vale o escrito".
Cada estado indicou os criminosos cuja prisão é prioritária
com base em uma matriz de risco. Foram avaliados aspectos como gravidade e
natureza do crime cometido, vinculação com organizações criminosas, existência
de múltiplos mandados de prisão e atuação interestadual.
André do Rap é responsável por intermediar o envio de
toneladas de cocaína para a Europa e África — o que o tornou um alvo de
autoridades nacionais e internacionais. Condenado a 25 anos de prisão por
tráfico internacional de drogas em 1ª e 2ª instâncias, ele foi beneficiado, em
outubro de 2020, por um habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Edgard Alves de Andrade, o Doca,
de 55 anos, foi o principal alvo da megaoperação das polícias Civil e Militar
nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, em outubro.
A Polícia Civil aponta ele como
um dos integrantes da cúpula do CV, com atuação no Complexo Penha.
Ele é investigado por mais de
cem homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de
moradores. Em outubro de 2023, Doca foi apontado como o mandante da execução de
três médicos e da tentativa de homicídio de uma quarta vítima na Barra da Tijuca,
na Zona Oeste do Rio.
Bernardo Bello Pimentel Barboza tem uma vida em que
mistura bens de luxo, usados para esconder a origem ilícita de sua riqueza, e
crimes que vão da contravenção a execuções de inimigos. O bicheiro é
investigado em casos de assassinatos, de rivais a desafetos, e, durante a
participação na série do GloboPlay "Vale o Escrito", afirmou que um
de seus rivais quer matá-lo.
Acusado de ser o mentor
intelectual da morte do contraventor Alcebíades Paes Garcia, o Bid, assassinato
cometido em 25 de fevereiro de 2020, Bello voltava de Dubai, nos Emirados
Árabes, quando foi preso em Bogotá, na Colômbia, durante uma ação da Delegacia
de Homicídios da Capital da Polícia Civil e do Gaeco/MPRJ, em janeiro de 2022.
Na difusão vermelha da Interpol o nome do bicheiro era classificado como
“perigoso” e “violento” ao ser tido, à época, como um fugitivo procurado.
Bello foi solto quatro meses
depois após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder um habeas corpus para
que o bicheiro respondesse ao processo em liberdade.