O Governo do Estado iniciou a última etapa do projeto de
construção da Barragem Oiticica, terceiro maior reservatório de água doce do
Rio Grande do Norte. Projetado para garantir segurança hídrica ao Seridó, o vão
possui 180 metros de largura e quase 15 metros de altura e garante o
abastecimento de água para mais de 300 mil habitantes.
“A barragem representa a redenção hídrica do Seridó. Ela é
fundamental para garantir o abastecimento de Caicó, de Currais Novos, de
dezenas de outras cidades, além de trazer benefícios sociais e econômicos para
toda a região. É uma luta de décadas da qual me orgulho de ter participado como
parlamentar e, agora, como governadora”, diz a governadora Fátima Bezerra.
Prioritárias para o Governo do RN, as obras de segurança
hídrica foram incluídas no atual Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-3).
Nesta segunda-feira (29), o secretário de Estado do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Paulo Varella, esteve na barragem inspecionando
as obras que foram iniciadas na quarta-feira (24). “Estamos agora subindo o
barramento, e vamos acompanhando a cada cinco metros, mostrando que a gente
está fazendo tudo que o governo se propõe”, afirmou o secretário.
Parte integrante do Projeto de Integração do Rio São
Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, popularmente
conhecida como Transposição de Águas do São Francisco, o reservatório tem
capacidade para acumular 598 milhões de metros cúbicos, ficando atrás apenas da
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves (2,37 bilhões), construída no mesmo leito do
Rio Piranhas-Açu, há 40 anos; e a Santa Cruz do Apodi (599,7 milhões m³).
Iniciadas desde 2013, as obras passaram por adequações não
apenas técnicas e físicas, mas também de questões sociais ao longo do tempo.
“Foi preciso fazer estrada de contorno que não existia, trazer energia elétrica
que não existia, e fazer agrovilas que não existiam, entre outras coisas”,
explica Paulo Varella.
Por isso o cuidado em nomear o projeto não somente como a
construção de uma barragem, mas de um conjunto de obras chamado Complexo
Oiticica, que inclui a barragem, os reassentamentos urbanos (Nova Barra de
Santana) e rurais (Agrovilas), construção de estradas, eletrificação e demais
obras complementares.
A comunidade Nova Barra de Santana e a primeira das
agrovilas – a Raimundo Nonato – em Jucurutu, já foram entregues. As outras
duas, Jardim de Piranhas e São Fernando, estão em fase de construção. “É um
complexo hidrossocial, é assim que a gente tem tratado”, afirma Varella.
Ainda segundo o secretário, a governadora Fátima Bezerra
buscou os recursos adicionais para implementar o que era necessário para a
obra. O valor total do empreendimento é de mais de R$750 milhões, advindos de
verba federal, com contrapartida do Governo do Estado.
“Nós conversamos com os movimentos [Movimento dos Atingidos
e Atingidas pela Barragem] e chegamos à conclusão de que a gente poderia
trabalhar essa parede já. Em vez de esperar, para não atrasar o
barramento, que precisa terminar bem, a gente acordou que iria fazendo
tudo ao mesmo tempo”, diz Paulo Varella. “Então, nós estamos com a perspectiva
de terminar as agrovilas, as estradas e a energia, e o próprio barramento,
ao mesmo tempo”. A previsão é que os trabalhos estejam concluídos até o final
do ano.
Além da Barragem Oiticica, também estão em andamento o
Ramal do Apodi, que vai levar água da transposição para o Oeste Potiguar, e o
sistema adutor do Seridó.