O senador Rogério Marinho fez a 'penosa travessia do
Atlântico' e no final da semana passada desembarcou na Itália, atendendo
convite do empresário Sérgio Azevedo, filho do seu suplente Flávio Azevedo, que
comemorou aniversário de 50 anos no resort Castelfalfi, localizado numa região
de castelos e vinícolas da Toscana.
Rogério aproveitou a viagem para dar uma arejada na cabeça,
hoje bastante preocupada com o processo que já virou inquérito policial, e que
poderá terminar na perda do seu mandato.
O processo contra Rogério, por abuso de poder econômico na
campanha eleitoral, envolvendo a Codevasf, não tem nenhuma relação com o
processo assinado pelo ex-prefeito de Natal e ex-candidato a senador Carlos
Eduardo Alves.
É um processo instaurado pela Procuradoria Eleitoral do
Ministério Público Federal do RN, nos mesmos moldes do processo do MPF do
Paraná contra o também senador Sérgio Moro, e assim como o de Moro, está bem
adiantado.
Vários prefeitos do Rio Grande do Norte, além de outras
autoridades da política, com e sem mandatos, já prestaram depoimento à Polícia
Federal.
Terninada a fase de inquérito, o processo seguirá para a
justiça eleitoral, e passará pelo crivo do TRE/RN, que independente do
resultado, não dará a palavra final.
Passado o processo pelo TRE, onde o relator é o
desembargador Expedito Ferreira de Souza, o resultado subirá para o Tribunal
Superior Eleitoral, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, que dará o
veredito.
Os processos contra Rogério e Moro, correm em segredo de
justiça.
Caso os dois percam seus mandatos, acontecerá, tanto no Rio
Grande do Norte quanto no Paraná, estado de Sergio Moro, um fato inédito na
política dos dois estados: eleição suplementar para escolha de senador.
No Paraná, a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente
do PT, já está se articulando para disputar o mandato e ocupar a cadeira hoje
de Moro.
No Rio Grande do Norte, como o processo tem feito menos
barulho do que o do Paraná, não se fala publicamente ainda de candidatos ao
mandato de Rogério, mesmo um movimento silencioso já tendo sido deflagrado.
Ironia do destino: a mesma Codevasf que elegeu, poderá
derrubar Rogério.
Fonte: ThaisaGalvão.