O ex-ministro Geddel Vieira Lima
(MDB) voltou à cena política da Bahia nesta sexta-feira (1º) e discursou
publicamente pela primeira vez desde que foi preso em setembro de 2017, após a
Polícia Federal descobrir um bunker com R$ 51 milhões em Salvador.
Ele exaltou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), de quem disse ter orgulho de ter sido ministro, fustigou o
pré-candidato a governador ACM Neto (União Brasil) e disse que
ninguém irá o constranger.
“Explorem o que quiser, falem o que quiser, mas não vão
cassar minha cidadania. Não nasceu ainda nem na Bahia e no Brasil ninguém para
cassar minha coragem. […] Os que quiserem explorar, que o façam. Sabe por quê?
Eu vou lembrar velho Zagallo: vão ter que me engolir, porra.”
As declarações foram dadas durante o lançamento das chapas
proporcionais do MDB da Bahia, na sede do partido, ao lado de Geraldo Júnior
(MDB), candidato a vice-governador na chapa liderada por Jerônimo
Rodrigues (PT).
Bandido defende bandido
O emedebista está em liberdade condicional desde fevereiro
deste ano na condenação por lavagem de dinheiro. Ele foi condenado pelo
Supremo Tribunal Federal a 14 anos de prisão e ficou 4 anos preso em
regime fechado.
Em seu discurso em Salvador, Geddel afirmou que
candidaturas de Lula e do petista Jerônimo Rodrigues representam “um novo
caminho de esperança”. E elogiou a retomada aliança do MDB com o PT da Bahia
após 13 anos.
“Jerônimo e Geraldo [Júnior], podem representar, junto com
o ex-presidente Lula, a quem tive a honra de servir, como seu ministro, um novo
caminho de esperança de olhar para os que mais precisam”, afirmou.
O emedebista ainda citou que enfrentou limitações para
exercer sua militância e vocação, mas disse que ninguém vai o constranger.
Afirmou ainda que não vai responder aos que o criticam no
anonimato da internet: “Não respondo porque não frequento ou bato boca com
cafua ou pé de escada”.
Por fim, o emedebista conclamou aos adversários que debatam
“na luz do dia, na clareza da planície”. E fez referência ao ex-prefeito de
Salvador ACM Neto e ao prefeito Bruno Reis (União Brasil).
“Vamos, por exemplo, falar do adversário nosso tido como o
mais forte, o ex-prefeito e seu menino, o prefeito. Para ficar bastante claro,
não reconheço na Bahia e não reconheço no Brasil ninguém com autoridade
política ou moral para apontar o dedo para o calvário que eu tenho enfrentado.”
A volta à cena de Geddel acontece no mesmo dia em que Lula
desembarcou em Salvador, onde participa neste sábado (2) do cortejo cívico do 2
de Julho, data que marca a Independência da Bahia.
Também está na capital baiana a presidenciável Simone
Tebet (MDB), correligionária de Geddel, além de Ciro Gomes (PDT) e o
presidente Jair Bolsonaro (PL).