O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores
da Pesca e Aquicultura (CBPA) e vice-presidente nacional da Força Sindical,
Abraão Lincoln, passou a ser alvo no escândalo bilionário que envolve o INSS.
De acordo com reportagem publicada pelo portal Metrópoles,
a CBPA está entre as associações investigadas pela Polícia Federal (PF) por
participação em um esquema bilionário de fraudes contra aposentados.
Uma das associações investigadas pela Polícia Federal (PF)
no bilionário esquema de fraude contra aposentados do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e
Aquicultura (CBPA) é comandada por um ex-dirigente do Republicanos, pagou
cifras milionárias a operadores acusados de corromper agentes do órgão federal,
como o “Careca do INSS”, e teve um salto de 300 mil filiados em apenas um ano,
chegando a faturar R$ 123 milhões com descontos sobre aposentadorias.
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma
série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses
depois, o portal mostrou que a arrecadação de 29 entidades com descontos de
mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano,
enquanto elas respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de
segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de
inquérito pela PF e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União
(CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação
que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou
nas demissões do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da
Previdência, Carlos Lupi.
Fidelis não era o único dirigente do INSS bem relacionado
com a CBPA. A PF identificou que Guilherme Serrano, que foi presidente do
instituto de previdência no governo de Jair Bolsonaro, estava em uma assembleia
da entidade em agosto de 2021, justamente aquela em que ficou decidido que a
CPPA poderia fazer o acordo com o órgão para poder descontar mensalidade direto
da folha de pagamento dos aposentados.
Depois, ele seria justamente o signatário do acordo da CBPA
com o INSS, órgão que comandou entre abril de 2022 e janeiro de 2023. A PF
levantou a possibilidade de conflito de interesse nessa proximidade de Serrano
com a entidade suspeita.