O luto tem, por sua definição, o surgimento do sentimento
de tristeza profunda, pelo fim de um ciclo, como uma relação amorosa ou a morte
de alguém, até mesmo seu animal de estimação, que, muitas vezes, é a única
família de alguém. É uma dor singular, que não tem como ser medida, cada
indivíduo sente suas perdas de maneiras diferentes. Muitas pessoas não sabem o
que fazer ou dizer, nesse momento, o silêncio é um aliado, acaba sendo um
conforto se não sabe como ajudar a pessoa enlutada.
Quando uma mulher perde o marido, ela se torna viúva, mas
não existe um termo para ser usado quando a mãe perde um filho, não existe
ex-mãe, pois ela sempre vai ser mãe daquela criança.
Na Casa Durval Paiva, por diversas vezes, esse luto vem de
maneira antecipatória, seja por um membro que precisa ser amputado, para que o
paciente tenha maiores chances de sucesso em seu tratamento, como também, pela
forte eminência da morte, por falta de respostas ao tratamento.
Sendo assim, quando o desfecho da doença foge do controle
clínico e intervenções medicamentosas, o luto começa a ser trabalhado
juntamente as medidas paliativistas. Assim, quando acontece a partida, algumas
mães se sentem acolhidas, para continuar na instituição e realizar o
acompanhamento, durante este período de luto.
Infelizmente, noutros casos, elas não conseguem responder
aos contatos da equipe. Quando esses casos acontecem, o serviço disponibiliza
encaminhamentos para clínicas-escolas e sociais, sempre tentando garantir o
máximo de cuidados no período de luto.
É importante ressaltar que não existe um tempo
solidificado, de quanto esse luto deve durar, cada um sente a sua dor e evolui
ao seu tempo, mas é importante ficar atento e intervir, para que esse luto não
se transforme em uma depressão profunda.