O diretor da Agência Espacial Americana (Nasa),
Bill Nelson, anunciou na quinta-feira, 27, que um comitê de cientistas prepara
informe especial “sobre as suspeitas sobre alienígenas” lançadas
recentemente. O resultado, disse, estará pronto em agosto.
“Esperem até o mês que vem para terem sua resposta”,
afirmou Nelson, na Casa Rosada, sede do governo argentino em Buenos Aires,
depois de um encontro com o presidente Alberto Fernández.
Ex-congressista democrata pela Flórida e combatente da
guerra do Vietnã, Nelson, de 80 anos, passou alguns dias na América Latina, em
viagem que começou no Brasil e terminará na Colômbia, na semana que vem.
Na Argentina, ele se reuniu com o presidente para tornar
oficial a adesão do país aos esforços internacionais propostos pelos EUA para
voltar a levar astronautas à Lua em 2025. O país é o 28º a assinar os acordos
Artemis, um plano de exploração pacífica da Via Láctea, do qual o Brasil também
é signatário.
A exploração da Lua, no entanto, acabou ficando em
segundo plano, diante do debate cada vez mais acalorado sobre o avistamento de
objetos voadores não identificados nos EUA. Na quarta-feira, 26, durante sessão
do Congresso americano, um ex-oficial da inteligência acusou o Pentágono de
ocultar naves de origem extraterrestre e “restos não humanos”.
“Os avistamentos não são raros, nem isolados”, afirmou
David Gruscho, ex-membro da Força Aérea, conseguindo rara união entre
legisladores republicanos e democratas, que pediram ao governo que divulgue
documentos mantidos em segredo sobre avistamentos de objetos não identificados.
Após a reunião com Fernández, Nelson deu detalhes sobre o
informe que pediu a especialistas, para sanar “tantas suspeitas sobre
alienígenas”. “Designei um comitê de cientistas”, contou. “E até que os
escutem, posso dizer que estão considerando usar nossos sensores espaciais para
tentar determinar o que acontece com esse fenômeno.”
O debate sobre objetos voadores não identificados ganhou
força entre alguns legisladores de Washington em 2020, quando o Pentágono difundiu
uma série de vídeos previamente classificados de pilotos envolvidos em três
incidentes separados, ocorridos em 2004 e 2015, nos quais teriam observado
encontros com OVNIs.
Na ocasião, a inteligência americana informou que embora
não houvesse prova de atividade extraterrestre associada a esses objetos,
tampouco a ideia poderia ser totalmente descartada.
No início deste ano, foi divulgado que o Pentágono teria
recompilado 247 informes sobre OVNIs em 17 meses – quase tantos quanto nos 17
anos anteriores. Em abril, o número chegou a 650.