Dois funcionários da Prefeitura de Natal foram presos, na
noite desta sexta-feira (20), suspeitos de se passarem por fiscais da
Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). Eles teriam realizado falsas
fiscalizações com objetivo de cobrar propina e liberar obras. Em depoimento à
Polícia Civil, ambos negaram os crimes.
Servidores da Prefeitura de Natal foram flagrados se
passando por fiscais ambientais; ao centro (borrada) uma das vítimas (Foto:
Divulgação/ Semdes)
Os dois servidores públicos são lotados na Secretaria de
Obras da capital potiguar. Porém, de acordo com a Secretaria Municipal de
Defesa Social, estavam se passando por fiscais ambientais, que são ligados à
Semurb.
De acordo com o fiscal ambiental Gustavo Szilagyi, eles se
apresentavam como fiscais e promoviam falsas autuações e embargos às construções.
Caso o responsável pela obra pagasse a propina cobrada, o caso era
"apagado" do sistema da Prefeitura.
Um corretor de imóveis de 64 anos foi uma das vítimas. De
acordo com ele, os fiscais pediram R$ 5 mil para liberar documentos de uma
reforma na sua casa
Os suspeitos estavam sendo investigados pelo Núcleo de
Inteligência da Secretaria Municipal de Defesa Social. Fotos mostraram Carlos
Alberto dos Santos e Antônio do Nascimento negociando com a vítima no canteiro
de obras.
Os agentes no núcleo da Defesa Social montaram um flagrante
nesta sexta (20) e prenderam os servidores na praça de alimentação de um
supermercado de Natal, no momento em que eles recebiam parte da propina cobrada
ao corretor de imóveis.
Os investigadores acreditam que pelo menos dois comparsas
dos presos conseguiram fugir. Ainda de acordo com os agentes, os funcionários
municipais ofereceram propina de mil reais para serem liberados pelos guardas
municipais, porém foram levados à Delegacia de Polícia Civil.
Além de responder criminalmente, os dois homens poderão
perder os cargos públicos que ocupam no município. De acordo com o fiscal
Gustavo Szilagyi, a Secretaria de Meio Ambiente também foi vítima da dupla. A
pasta não descarta a possibilidade de servidores da própria Semurb fazerem
parte da quadrilha.(G1RN).
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