A denúncia, que agora seguirá para análise do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), também solicita a abertura de um novo inquérito para investigar a participação de Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Lula, e de Kalil Bittar, ex-sócio de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
Nomes próximos ao presidente entram na mira
Segundo o MPF, Carla Ariane — que foi casada com Marcos Cláudio, outro filho do presidente Lula — teria realizado seis viagens a Brasília, financiadas por André Mariano, apontado como líder do esquema. O objetivo: articular apoio e financiamentos para prefeituras envolvidas no suposto esquema criminoso.
Já Kalil Bittar teria recebido R$ 210 mil em pagamentos mensais de Mariano, segundo a procuradoria. A ex-esposa dele, Erika Lemos, teria atuado como intermediária e recebido depósitos de R$ 15 mil cada ao longo de 2023. A defesa de Kalil nega irregularidades e afirma que os valores seriam referentes a serviços prestados.
Quem são os denunciados
O MPF pede que se tornem réus:
-
André Mariano – empresário e dono da Life, acusado de liderar a organização criminosa;
-
Abdalla Ahmad Fares, Eduardo Maculan e Claudia Terumi Okumura Rodrigues – apontados como doleiros responsáveis por fragmentar e distribuir recursos ilícitos;
-
Gilberto Barreiro – suposto operador financeiro do esquema;
-
Paulo Rogério da Silva – outro doleiro, responsável por fornecer dinheiro vivo para Mariano;
-
João Raphael de Oliveira Kinack – acusado de conectar Mariano aos doleiros;
-
Marcilio dos Santos Yamasita – operador que usaria uma loja de vinhos para lavar recursos;
-
Paulo de Matos Júnior – responsável por converter valores da Life em criptomoedas.
Rede paralela de investigações
Além dos nomes ligados ao presidente, o MPF ainda pede a abertura de 24 novos inquéritos para aprofundar a participação de outros envolvidos, incluindo o lobista Magno Romero e o vice-prefeito de Hortolândia, Cafu Cesar (PSB), já afastado pela Câmara Municipal.
Defesas reagem
A defesa de André Mariano afirma que ele não cometeu os crimes e promete apresentar esclarecimentos apenas nos autos. O advogado de Kalil, por sua vez, rebate a versão do MPF e diz que não houve “mesada”.
A denúncia reacende um escândalo que pode respingar no entorno político do presidente Lula, abrindo um novo flanco de desgaste no coração do governo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário