segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Chefe de instituto de vacina de Moscou é preso ao tentar deixar a Rússia com 'segredos médicos' de Putin


Após ficar seis dias desaparecido, o diretor do Instituto de Pesquisa de Vacinas e Soros de São Petersburgo (Rússia), Viktor Trukhin, de 59 anos, foi preso por agentes da FSB (Serviço de Segurança Federal da Federação Russa, uma das sucessoras da KGB) ao tentar deixar a Rússia no último sábado (9/9). De acordo com o jornal inglês "The Sun", ele conhece os “segredos médicos” do presidente russo, Vladimir Putin, e está sendo acusado de corrupção.

No cargo havia 11 anos, Trukhin conhecia as mais recentes pesquisas da Rússia na área de vacinas, soros e “preparações bacterianas”. Depois que a sua família relatou o desaparecimento, no último dia 3, ele foi demitido pela Agência Federal Médica Biológica (FMBA), sob a justificativa de que agências policiais receberam um dossiê alegando seu envolvimento em esquemas de corrupção. O órgão estatal russo, que engloba o instituto que era liderado por Viktor, é responsável por garantir a segurança radiológica, química e biológica do país.

O caso contra o agora ex-chefe da vacina de Moscou gira em torno de um suposto pagamento de 4,75 milhões de libras (aproximadamente R$ 29,39 milhões) a um instituto de biotecnologia sul-americano (o país não foi especificado). Segundo informou o canal do Telegram Cheka-OGPU, a FMBA abriu um processo criminal quando “ficou claro que Trukhin pretendia deixar a Federação Russa e poderia contar muitas coisas interessantes sobre as vacinas e soros russos”. O site "Fontanka", no entanto, disse que ele está sendo mantido num centro de detenção provisória sob uma acusação menor, de um desvio de cerca de 5 mil de libras (R$ 30,9 mil, aproximadamente).

O Instituto de Pesquisa de Vacinas e Soros de São Petersburgo está na vanguarda dos medicamentos para combater o coronavírus, a hepatite e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), além de desempenhar um papel de liderança na exportação de vacinas russas, mas também manteria "contratos misteriosos", segundo o "Sun". O maior cliente individual era uma empresa de Sergei Chemezov, um oligarca próximo de Putin desde a época da KGB, que também chefiava a Rostec, um conglomerado estatal de defesa de alta tecnologia.

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