O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (7) que
não serão “um ou dois ministros do Supremo Tribunal Federal que vão decidir o
destino de uma nação”. Deu a declaração ao discursar depois de participar de
“motociata” em Florianópolis (SC) com apoiadores.
“Quem decide eleições não são vocês, não são meia dúzia dentro
de uma sala secreta que vai contar e decidir quem ganhou as eleições. Não vai
ser 1 ou 2 ministros do Supremo Tribunal Federal que vão decidir o destino de
uma nação. Quem teve voto, quem tem legitimidade, além do presidente, é o
Congresso Nacional”, declarou.
Nos últimos dias, em defesa do voto impresso o presidente
intensificou críticas a dois ministros da Corte: Roberto Barroso, presidente do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e Alexandre de Moraes, relator do inquérito
das fake news no qual Bolsonaro foi incluído como investigado.
Bolsonaro pediu respeito à Constituição e disse “não
continuem nos provocando, não queiram nos ameaçar”. Apesar da fala, negou
ter feito “uma advertência ou um ultimato”.
“Respeitem a nossa Constituição, respeitem a vontade
popular. Nós queremos e exigimos nada mais além disso. Não continuem nos
provocando, não queiram nos ameaçar, não queiram impor a sua vontade porque
quem está com Deus e com o povo tem realmente o poder”, disse.
Bolsonaro afirmou que “joga dentro das 4 linhas da
Constituição” e que o “outro lado” sai fora dos limites constitucionais. “Eu
tenho limites. Alguns outros, poucos, acham que são donos do mundo. Vão quebrar
a cara porque nós continuamos jogando dentro das 4 linhas da Constituição. O
outro lado não raramente sai de fora dessas 4 linhas para nos atingir”, disse.
O chefe do Executivo também atacou o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, a quem se referiu como “ladrão de 9 dedos“. “Não pensem
que o ladrão de 9 dedos e seus amigos é que vão contar os votos dentro de uma
sala secreta”, disse, em referência às eleições de 2022.
Os participantes do ato gritaram ao longo do discurso de
Bolsonaro “fora Barroso”, “eu autorizo” e “Lula ladrão”. Em endosso ao
presidente também gritaram “mito” e “o povo unido jamais será vencido”.
O presidente chegou de carro ao local da concentração do
ato. Foi recebido por apoiadores que reuniram nas margens da pista. O
presidente fez paradas ao longo do percurso e depois, sem máscara, cumprimentou
apoiadores.
“Por vocês a gente ganha a guerra”, disse o presidente,
fazendo um sinal de arma, em uma transmissão ao vivo de uma das paradas ao
longo do passeio de moto. Em outra parada, o presidente ouviu pedido de um
apoiador para fechar o STF.
Mais cedo, ao defender o “voto responsável e contabilizado“,
Bolsonaro afirmou que “querem no tapetão decidir as coisas no Brasil“.
Ele agradeceu ainda ao “povo” por reconhecer “o que está em risco na política“.
A motociata foi o a 7ª do tipo que contou com a
participação do presidente. Políticos e personalidades aliados do
governo participaram do ato.