Além do próprio vice-presidente, Geraldo Alckmin, a lista
também inclui antigos aliados de Lula implicados na Lava Jato como Renan
Calheiros, Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo, Aloizio Mercadante, Paulo Okamoto,
Humberto Costa e outros.
A campanha do ex presidiário, Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), cogita três nomes para o posto de coordenador da equipe que
fará a transição de governo com o presidente Jair Bolsonaro (PL): o
vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), o senador eleito e ex-governador
do Piauí, Wellington Dias (PT-PI), e o candidato derrotado para o Governo de
São Paulo Fernando Haddad (PT).
Em comum, os três já responderam a processos na Justiça
pelo envolvimento em polêmicas. Em 2020, Alckmin foi denunciado pelo
Ministério Público Eleitoral e virou réu por corrupção, lavagem de
dinheiro e falsidade ideológica eleitoral por suposto caixa 2 de R$ 11,9
milhões pagos pela Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014, anos em que ele
disputou o Governo de São Paulo e foi eleito.
O primeiro repasse, em 2010, teria sido efetuado por
intermédio do escritório de Adhemar Ribeiro, cunhado de Alckmin. Os pagamentos
constam nas planilhas do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht,
responsável pela contabilidade das propinas.
Em 2014, o esquema teria contado com a participação do
então tesoureiro de campanha Marcos Monteiro, que teria atuado ao lado da
Odebrecht na autorização, planejamento e execução dos pagamentos da propina. De
acordo com a denúncia, os repasses foram feitos em 11 parcelas, totalizando R$
9,3 milhões. O processo ainda está em aberto. Em março deste ano, a
Justiça Eleitoral ratificou a denúncia.
Haddad é réu em uma ação civil pública de improbidade
administrativa na qual é suspeito de envolvimento em irregularidades na
implantação da ciclovia Ceagesp–Ibirapuera. A obra, que foi realizada quando
ele era prefeito de São Paulo, tem 12,4 quilômetros de extensão e foi
contratada sem licitação.
Segundo o Ministério Público, a ciclovia teria sido
superfaturada: cada quilômetro saiu por mais de R$ 4 milhões, ou quase seis
vezes mais do que foi pago à mesma construtora em governos anteriores. A
investigação do Ministério Público começou em 2016, último ano de Haddad como
prefeito, e ainda não foi concluída.
Além disso, em 2019, Haddad foi condenado a quatro
anos e seis meses de prisão pelo crime de falsidade ideológica para fins
eleitorais. De acordo com a sentença, houve 258 declarações falsas de
despesas com gráfica na prestação de contas da candidatura dele à Prefeitura de
São Paulo, em 2012. Em 2021, no entanto, o Tribunal Regional Eleitoral de São
Paulo absolveu Haddad por ausência de provas.
Já Wellington Dias foi alvo de investigação da Polícia
Federal em 2020, que apurou desvios de recursos da ordem de R$ 50 milhões da
Secretaria de Educação do Piauí por meio de pagamentos superfaturados em
contratos de transporte escolar.
De acordo com as investigações, de 2015 a 2016, servidores
da área administrativa da Secretaria de Educação do estado se associaram a
empresários do setor de locação de veículos para superfaturamento de contratos
de transporte escolar e desviaram R$ 50 milhões de recursos do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Nacional
de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate).