Cinthia Moreno - Fisioterapeuta Casa Durval Paiva - CREFITO
83476-FO fisioterapeuta tem como objeto de estudo o movimento
humano. É ele quem avalia, previne e trata as alterações do movimento humano,
sejam decorrentes de alterações de órgãos e sistemas ou com repercussões
psíquicas e orgânicas.
Após exame físico e avaliação do paciente, são traçados os
objetivos da conduta, que devem estar alinhados com os objetivos do paciente.
Por exemplo, se o paciente, após uma cirurgia para tratar tumor ósseo próximo
ao joelho, entende a importância e tem desejo de andar de muletas, os
exercícios de mobilidade, fortalecimento e toda a conduta devem ser orientados
para o objetivo de melhorar o padrão de marcha (caminhada) com muletas.
Contudo, se o paciente tem medo, sente-se inseguro e quer se locomover com
cadeiras de rodas, a conduta deve ser alterada, mas com a perspectiva de fazer
com que ele perceba suas capacidades e, depois, desenvolva a marcha com
muletas.
Alguns pacientes percebem uma melhora rápida, ao iniciar a
reabilitação, e acreditam que não há mais necessidade de continuar. A partir
daí, não comparecem às sessões de tratamento. É muito importante que o paciente
seja esclarecido, sobre as etapas de todo o processo e não queira “voar sem
recuperar todas as penas”.
Há alguns dias, um paciente foi submetido à amputação no
nível da coxa. Assim que começou a andar de muletas sozinho, ele pensou que não
precisava mais das sessões de fisioterapia. Mas, ao ser reavaliado, foi
percebido que o coto (parte remanescente do membro) estava flácido e com edema
(inchaço), além disso, ele ainda sentia o pé, que foi amputado, e ficava
cansado, quando andava certa distância. O paciente foi esclarecido sobre os
cuidados com o coto, a necessidade de exercícios de fortalecimento e também de
resistência, além da dessensibilização do coto, para diminuir a sensação do
membro, que não faz mais parte do seu corpo.
Outros pacientes, ao contrário, querem fazer fisioterapia
por toda a vida, mesmo alcançando um nível adequado de força muscular,
coordenação, equilíbrio e independência funcional. Ou seja, já está
reabilitado, mas não aceita o momento da alta, tão esperado em alguns casos.
Auxiliar o paciente no reconhecimento de suas capacidades, às vezes, não é tão
simples. Entretanto, esse processo deve ser feito junto com a família e com o
auxílio de uma equipe multidisciplinar, como a que atende na Casa Durval Paiva.
Todas as estratégias possíveis, devem ser utilizadas para
mostrar que esse paciente “recuperou as asas” e que chegou a hora de voar. E
quem é fisioterapeuta que sempre ver voos!