Flávia relatou que a equipe do empresário entrou em contato diretamente. “O Elon Musk está disponibilizando uma banca de advogados pra me defender, e o doutor Paulo vai se encontrar com eles”, disse. Segundo ela, os advogados já encaminharam documentos ao governo americano sobre o caso. “O governo americano já tem em mãos tudo o que o doutor Paulo recebeu, inclusive um documento assinado por Alexandre de Moraes, Paulo Gonet e vários delegados no Brasil e aqui.”
A brasileira, que possui cidadania americana, declarou que a embaixada dos Estados Unidos em Brasília foi notificada sobre o processo, mas não a informou oficialmente. “A embaixada tinha obrigação de me notificar. Eles não me notificaram, não me protegeram”, afirmou.
Flávia contou que esteve na sede do X, em Austin, onde se reuniu com representantes da empresa. “Nós conversamos e concordamos com tudo. Quando voltei pra Miami, encontrei no voo o advogado do Trump, Martin De Luca. Ele disse que sabia quem eu era e que estava no processo do Trump. Depois disso, os advogados do Elon Musk entraram juntos pra me defender, sem custo nenhum”, relatou.
Segundo ela, não recebeu apoio financeiro de ninguém e tem arcado sozinha com as despesas. “Eu perdi meu trabalho por causa disso. Tudo o que eu faço é do meu bolso. Eu tinha uma agenda em Washington, e eles disseram que vão me acompanhar em todos os lugares onde eu for falar do meu caso”, afirmou.
Flávia também disse ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal durante uma manifestação em Fort Lauderdale, em 25 de fevereiro de 2024. De acordo com ela, agentes brasileiros monitoraram sua presença e a orientaram a permanecer na barraca de distribuição de água. “Ela me mostrou a pessoa. Não lembro da cara, mas estava de marrom. Ele ficava rondando a barraca”, disse.
Documentos obtidos pela reportagem revelam que, em 3 de janeiro de 2024, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de Flávia, acionando o oficial de ligação da PF em Miami, delegado Marcelo Ivo. O ofício foi assinado pelo delegado Fábio Mertens, da Coordenação Geral de Cooperação Policial Internacional.
O caso envolve ainda ações que bloquearam o passaporte brasileiro de Flávia, classificação de “evadida” e bloqueios em plataformas digitais. A investigação foi aberta de ofício por Moraes, sem consulta ao Ministério Público, e se baseou em uma postagem de Flávia em que acusava o ministro de visitar presos sem apresentar provas.
O advogado Jeffrey Chiquini afirmou que o episódio pode gerar um conflito diplomático. “Imagina o problema que o Brasil teria se tocasse em uma cidadã americana. É muito grave o que estamos vivendo”, disse.
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