Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal
(STF) nesta quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou pela
rejeição de pedidos de investigação e afastamento do diretor-geral da Polícia
Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e do ministro da Defesa, Paulo Sérgio
Nogueira.
Apontando questões processuais, a PGR pediu que o ministro
Alexandre de Moraes não dê prosseguimento aos pedidos feitos pelo senador
Randolfe Rodrigues e pelo deputado federal Marcelo Calero.
No documento, a vice-procuradora-geral da República,
Lindôra Araújo, disse que os pedidos feitos pelos parlamentares não tinham
conexão com o inquérito no qual foram apresentados — o que apura a existência
de uma milícia digital.
“As novas notícias criminis em questão também não trazem
fatos a serem contemplados por esta investigação, já que não veiculam elementos
concretos e reais de inserção em uma organização criminosa que atenta contra a
democracia e o estado de direito”, disse Lindôra.
Ainda segundo a vice-PGR, “o tempo vem evidenciando que,
sob a motivação de apuração de ataques contra a Democracia e o Estado de
Direito, determinadas investigações têm angariado objeto amplo e periodicamente
modulado, para alcançar fatos e pessoas distintas, em pontos de investigação
separados por apensos e novos procedimentos investigatórios criminais, sem
relação de conexão ou continência”.
O pedido foi feito por Randolfe com o intuito de apurar
operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal no dia das eleições.
No caso de Calero, a motivação para o pedido contra
Nogueira compreendeu a fiscalização do sistema eletrônico de votação feita pelo
Ministério da Defesa, “precisamente por equipes técnicas das Forças Armadas”.