A mulher que ficou conhecida
por decapitar o próprio filho de 6 anos no dia 20 de setembro, em
João Pessoa (PB), morreu, no hospital, na madrugada desta quinta-feira (17/10).
O crime bárbaro destoa das publicações que ela costumava fazer na internet, com
declarações de amor à criança.
Maria Rosália Gonçalves Mendes,
de 26 anos, ficou em estado grave após ser atingida por tiros dos policiais
que atenderam a ocorrência. Ela dizia nas redes sociais que amava Miguel Ryan
Mendes Alves e que ele era o sorriso que a encantava todos os dias.
O menino foi encontrado já morto
pelos policiais, e sem a cabeça, cortada pela mãe. Ela reagiu à chegada deles,
tentou atacá-los com uma faca e só foi contida, após ser atingida pelos tiros.
Maria foi hospitalizada e encaminhada ao Hospital de Emergência e Trauma
Senador Humberto Lucena, onde permaneceu em coma até a morte.
A prisão em flagrante foi
convertida em preventiva pela Justiça da Paraíba, e os investigadores
aguardavam a alta dela para concluir o inquérito e encaminhá-la ao Presídio
Feminino Júlia Maranhão. O falecimento de Rosália encerra, portanto, o caso que
chocou o estado.
Até a manhã desta quinta, o
corpo dela ainda permanecia no hospital, aguardando transferência para o
Instituto Médico Legal (IML).
Declarações de amor ao filho na
internet
Nas redes sociais, as
publicações da mãe transpareciam um sentimento de amor pelo filho, em
contraponto ao que ocorreu. Há quatro anos, no Dia das Mães, ela publicou uma
imagem na qual aparece beijando Miguel Ryan (em destaque). Ela escreveu o
seguinte:
“Aquele amor que nunca se cansa,
que nunca se esgota. Que não se importa se é assim ou de outra forma. Aquele
amor que, aconteça o que acontecer, se mantém firme como uma rocha, que
atravessa tempo e distância, que cuida protege e fica sempre ao lado. É esse
amor que sinto por você e sempre sentirei.”
Em 11 de janeiro de 2020, Maria
Rosália publicou uma série de fotos do filho na praia e escreveu na legenda: “O
sorriso que me encanta todos os dias”. Antes disso, em dezembro de 2018, quando
ele completou quatro meses de vida, a mãe fez uma foto do bebê cheio de beijos
dados por ela e legendou: “Hoje meu pequeno amanheceu mais velhinho. Feliz
quatro meses, meu amor. 21/05/18 – Minha melhor data”.
“Um cena horrorosa”, declarou
policial
Essas publicações destoam da
cena encontrada pelos policiais no apartamento da mãe na madrugada do dia 20 de
setembro. Eles foram acionados por moradores do prédio onde Maria Rosália
morava, em João Pessoa, que ouviram barulhos de gritos e batidas estranhas vindos
de dentro do imóvel.
Os PMs se deslocaram até o local
e encontraram “uma cena horrorosa”, como um deles chegou a descrever no
interrogatório. Ao adentrarem o imóvel, viram manchas de sangue pelo chão e
perceberam, em seguida, que o corpo e a cabeça da criança estavam separados, na
cozinha. A imagem que eles tiveram, na hora, foi da mãe batendo sobre algo que
estava no chão.
De imediato, os policiais deram
voz de comando para que ela parasse o que estava fazendo. Maria Rosália,
conforme o relatado no inquérito, se levantou e tentou atacá-los com duas facas
na mão. Ela estava, visivelmente, transtornada e foi contida após disparos
feitos pelos policiais. Mesmo ferida e imobilizada, a mulher teria tentado se
livrar das algemas e chegou a pegar uma tesoura para se matar, mas foi
impedida.
Miguel Ryan foi sepultado na
manhã de sábado (21/9), no Cemitério Campos Santos, na cidade de Pedras de
Fogo, região metropolitana de João Pessoa.