Eles contaram à polícia que a mãe estava dopando o padrasto
com altas dosagens de medicamentos e que frequentemente o agredia. Em uma das
ocasiões, ela chegou a esfaquear o marido. O UOL tentou contato com o advogado
de Mariuzia, mas ele não atendeu às ligações.
Em depoimento à polícia, um dos filhos disse que certa vez
chegou em casa e encontrou objetos bagunçados e algumas coisas quebradas e que
Eduardo estava assustado e dizendo que tinha apanhado da mulher.
Os filhos afirmaram que as agressões ocorriam há muitos
anos, mas só tiveram conhecimento do que realmente ocorria no dia 8, quando
Eduardo precisou ser socorrido em casa pelo Samu, com sintomas de overdose de
medicamentos.
Eles contaram que Mariuzia é que tomava conta da
aposentadoria de R$ 23 mil de Eduardo, alegando que ele não sabia controlar os
gastos por causa do transtorno psiquiátrico. Os enteados, no entanto, dizem
quem o homem tem condições de levar uma rotina normal, minimizando os efeitos
da doença.
Atendendo a pedidos dos três irmãos, a Justiça do Distrito
Federal determinou o recolhimento do passaporte do servidor para que ele não
possa ser levado pela mulher para fora do Brasil novamente e também decidiu
passar a guarda de Eduardo - chamada de curatela nesse caso - para uma das
enteadas.
Mayana Brum Pereira contou ao UOL que a sensação agora é de
alívio por ter conseguido tirar o padrasto da situação em que se encontrava e
que ele ainda está muito assustado. Segundo Mayana, a situação em que o homem
chegou era deplorável. Vida normal com transtorno.
“Ele diz que não quer falar sobre a agressão nem sobre a
facada e que só quer ter uma vida tranquila agora. Os familiares dele estão em
contato com nossas advogadas para conseguir a curatela que hoje está
provisoriamente no meu nome".
“As coisas dele estavam em sacos de lixo pretos, não tinha
quase nada de roupas. Ele não tem calças que servem. Nos pediu até cuecas e
meias”.
Segundo os filhos, o casal se conheceu em 2000, logo se
casaram e a família passou a morar junto, em Brasília. Os enteados dizem que
Eduardo tinha um transtorno, era muito metódico, mas levava uma vida normal.
Algum tempo depois, Mariuzia o convenceu a fazer um tratamento psiquiátrico e
desde então começou a controlar a vida do marido. Ela interditou Eduardo
judicialmente e passou a administrar as finanças dele.
Em 2011, Mariuzia foi estudar em Portugal e deixou Eduardo
morando sozinho em uma quitinete. Em 2019, ela resolveu levar o marido para o
exterior com ela, mas os dois voltaram ao Brasil em junho deste ano, depois que
Mariuzia soube que o marido poderia perder o salário se não fizesse a prova de
vida. Desde então os dois passaram a morar juntos em um apartamento que
alugaram em Águas Claras (DF).
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