A operação policial que sacudiu Angicos no início de
setembro, denominada Combustão, começa a ganhar elementos que enfraquecem a
versão da acusação, feita pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte.
Vídeos obtidos pelo Blog do BG fragilizam a principal linha
de acusação do Ministério Público, segundo quem a vereadora Nataly Felipe foi
presa em flagrante em posse de combustível do município.
No dia em que deflagrou a operação, os promotores
anunciaram que a vereadora, que foi secretária de Saúde, estava em posse de um
veículo do município e a prisão em flagrante se deu pelo armazenamento de
gasolina em desconformidade com a lei.
Mas as imagens e o depoimento de uma testemunha enfraquecem
a tese da acusação.
A gasolina que foi atribuída como em posse de Nataly nunca
foi apreendida na casa dela. O combustível estava dentro de um veículo SPIN,
estacionado em frente ao hospital de Angicos, em frente ao qual mora Nataly.
Já no dia da operação a Justiça rejeitou a tese de peculato
ao acolher o flagrante por armazenamento inadequado de combustível, ou seja,
para o Judiciário não houve apropriação de bens públicos.
Além disso, o veículo estava sob a responsabilidade de
Breno Yure de Oliveira Alves.
Responsável pelo gerenciamento da frota municipal de
Angicos, Breno mora no mesmo endereço de Nataly, mas não foi alvo da operação.
Isso é: o carro estava sob a supervisão do responsável,
estacionado em frente ao endereço no qual mora, mas foi atribuído como em posse
da vereadora.
Já o combustível estava dentro da Spin em razão de viagem
funcional que haveria para Pernambuco, tendo havido a escolha de pegar
combustível do município para evitar gastar gasolina ao longo do percurso,
onerando o contribuinte de Angicos.
Em depoimento, Breno confirmou que a acusação contra Nataly
não tinha razão de ser, ou seja, que ele estava com o carro.
“Os vídeos obtidos pela defesa e o depoimento de Breno
demonstram, sem qualquer margem para ilações, que Nataly não tinha a guarda do
combustível apreendido, tampouco este se encontrava em sua residência”, afirmou
ao Blog do BG a defesa da vereadora, representada pelo advogado Cristiano
Barros.
Na decisão em que reconheceu que não se podia armazenar
combustível nas condições em que estava, a Justiça prontamente afastou a tese
de que Nataly praticou peculato, ou seja, que se apropriou de patrimônio
público.
Apesar disso, a versão divulgada pela acusação é a que tem
prevalecido até aqui. Confiram AQUI a nota do MP/RN no dia da prisão da vereadora.
Procurado, o Ministério Público do Rio Grande do Norte
informou que não se posicionaria oficialmente sobre o tema.
VÍDEOS
O vídeo ACIMA foi captado no dia da operação. São
quatro no total: um mostra uma síntese dos agentes policiais entrando com o
combustível na casa da vereadora.
Esse momento foi pouco depois das 07h da manhã do dia 1º de
setembro. Depois das 9h, eles saem com o combustível com as imagens já captando
promotores que participaram da ação.
Nesse momento, a versão do MP é que os policiais teriam
pegado o combustível da Spin para dentro da casa da vereadora e verificado o
conteúdo. Na divulgação, no entanto, foi dito que o combustível estava em posse
dela. (Fonte: Blog do BG).
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