Famoso pelas aparições ao lado dos presos mais notáveis da
Operação Lava Jato, o ex-agente da Polícia Federal (PF) Newton Ishii, o
“Japonês da Federal”, foi condenado por facilitação de contrabando pela
fronteira Brasil-Paraguai, em Foz do Iguaçu. Ele perderá o cargo e ainda terá
que pagar multa de R$ 200 mil.
Segundo a decisão do juiz Sérgio Luis Ruivo Marques, da 1ª
Vara da Justiça Federal de Foz do Iguaçu, a conduta de Ishii foi de “extrema
gravidade, com afronta direta a dignidade da função pública por ele exercida”.
A ação aponta que ele se “escondeu por trás do aparato
institucional voltado ao combate do crime na fronteira, para facilitar o
contrabando/descaminho, o que impede que o agente, após tal fato, prossiga
atuando como agente policial”.
A multa de R$ 200 mil foi reais foi calculada a partir do
valor de 40 vezes a média da renda autodeclarada por ele. O valor da condenação
será atualizado monetariamente pelo INPC e sofrerá a incidência de juros
moratórios, no patamar de 1% ao mês.
O empresário Marcelo Odebrecht, o ex-deputado Pedro Corrêa,
o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, entre outros alvos da Lava Jato que
foram presas na investigação que apura desvios na Petrobrás, estão entre
aqueles que foram escoltados pelo “Japonês da Federal” ao cárcere da PF em
Curitiba – origem e base da grande investigação.
Com a imagem muitas vezes atrelada às ações da Lava Jato,
Ishii chegou a inspirar marchinhas e máscaras no carnaval de 2016. “Ai meu
Deus, me dei mal, bateu na minha porta o Japonês da Federal”, diz a música.
O agente da PF também tinha suas pendências judiciais. Em
2009, foi condenado por corrupção e descaminho por supostamente facilitar
entrada de produtos contrabandeados do Paraguai. O STJ (Superior Tribunal de
Justiça) chegou a referendar a decisão de primeira instância, rejeitando
recurso de Ishii.
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