Bexiga hiperativa é caracterizada pela associação de alguns
sintomas: urgência urinária, com ou sem incontinência associada, geralmente
acompanhada de aumento de frequência e noctúria (acordar mais 2x para urinar).
Para o seu diagnóstico é fundamental afastar infecção
urinária, condições metabólicas ou outras doenças que podem disfarçar o quadro
clínico de bexiga hiperativa.
Sintomas
Os sintomas de bexiga hiperativa consistem de quatro
componentes: urgência, aumento de frequência, noctúria (incontinência urinária
noturna) e incontinência de urgência.
A urgência, que é o principal sintoma, é definida como o
desejo súbito e compulsivo de urinar.
A frequência urinária superior a oito micções em um período
de 24 horas é considerada aumentada. Noctúria é definida como a necessidade de
acordar uma ou mais vezes por noite para urinar.
Diagnóstico
A bexiga hiperativa, cujo diagnóstico é clínico, é
caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas onde a urgência urinária é o
principal componente.
Dessa forma, a primeira abordagem é avaliar se os sintomas
são consistentes com bexiga hiperativa. Outras causas de aumento de frequência,
urgência e incontinência urinária devem ser excluídas.
História clínica cuidadosa, exame físico e exame de urina
devem ser realizados em todos os pacientes.
Para alguns pacientes, exames e procedimentos adicionais
podem ser necessários a fim de excluir outras doenças, confirmar o diagnóstico
ou planejar o tratamento.
Entre os exames que podem ser necessários estão a
ultrassonografia renal e de vias urinárias, a mensuração do resíduo
pós-miccional, o estudo urodinâmico e a cistoscopia.
O diário miccional e os questionários de sintomas urinários
são uma importante ferramenta na avaliação do paciente com bexiga hiperativa.
Prevenção
Não há evidência científica comprovada a respeito de
medidas preventivas para bexiga hiperativa. No entanto, hábitos saudáveis de
vida como reduzir a obesidade e o tabagismo; evitar o consumo de bebidas alcóolicas e reduzir
a ingestão de chás, cafeína, sucos cítricos e chocolates são medidas positivas
que podem reduzir o impacto da bexiga hiperativa.
Tratamento
O tratamento da bexiga hiperativa é dividido em três linhas
de tratamento:
Primeira linha de tratamento: são medidas comportamentais
incluindo treinamento vesical, estratégias de controle vesical, controle da
ingesta de líquidos e treinamento dos músculos do assoalho pélvico. São medidas
que devem ser recomendadas para todos os pacientes.
Segunda linha de tratamento: medicamentos com ou sem associação às medidas comportamentais.
Os antimuscarínicos são contraindicados em pacientes que apresentam glaucoma de ângulo fechado.
Terceira linha de tratamento: a persistência dos sintomas após 8 a 12 semanas de tratamento comportamental ou após 4 a 8 semanas de tratamento medicamentoso é considerada refratariedade (5). Pacientes refratários ou que apresentaram efeitos colaterais são candidatos à injeção de toxina botulínica tipo A no detrusor, estimulação periférica do nervo tibial ou neuromodulação sacral.
Dra Karla Avelino
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