quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Presidente da Câmara de Pedro Avelino desafia Ministério Público e realiza eleição antecipada, em descumprimento à recomendação oficial


Em um gesto de afronta ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), o presidente da Câmara Municipal de Pedro Avelino decidiu realizar, nesta semana, a eleição antecipada da Mesa Diretora para o biênio 2027/2028 — em total desacordo com a recomendação formal expedida pela Promotoria de Justiça de Lajes, que havia determinado a suspensão do pleito até o período legal, a partir de outubro de 2026.

A recomendação, assinada pela promotora Juliana Alcoforado de Lucena, foi clara ao afirmar que a antecipação de eleições internas nas Câmaras Municipais fere princípios constitucionais, como a representatividade democrática e a periodicidade dos mandatos, além de contrariar decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), que vedam esse tipo de prática por considerá-la inconstitucional.

Mesmo diante dessa manifestação, o presidente do Legislativo de Pedro Avelino optou por desobedecer à determinação ministerial e conduzir o pleito, numa atitude interpretada por juristas e observadores políticos como um ato de insubordinação institucional e um ataque direto à autoridade do Ministério Público.

Parte dos vereadores, no entanto, decidiu respeitar a recomendação da Promotoria e se absteve de participar da eleição, reafirmando o compromisso com a legalidade e com os princípios republicanos que regem a administração pública.

De acordo com especialistas em Direito Constitucional e Legislativo, a eleição realizada sob tais circunstâncias é nula de pleno direito, pois contraria expressamente os fundamentos estabelecidos pelo STF nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 7350/DF e 7733/RN, além de desrespeitar a recomendação vinculante do Ministério Público Estadual.

Assim, o pleito conduzido pela Câmara não deverá produzir efeitos jurídicos válidos, devendo ser anulado formalmente, com a realização de uma nova eleição no período legalmente previsto, sob pena de responsabilização dos agentes públicos envolvidos.

O episódio expõe mais uma vez as tensões entre o poder político local e os limites da legalidade democrática, colocando a Câmara de Pedro Avelino sob o foco das instituições de controle e da opinião pública.

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