terça-feira, 12 de abril de 2022

Bacharel em direito teria sido assassinado após ser confundido com assaltante, diz delegado


O Delegado titular da Delegacia de Homicídio de Mossoró, Rafael Arraes, concedeu entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (11), para falar sobre a elucidação do homicídio do bacharel em direito Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, ocorrido no bairro Boa Vista, no sábado (09).

Conforme narrou o delegado Rafael Arraes, Eliel estava conversando com um amigo, em frente a um condomínio da Rua Francisco Bernardo, no bairro Boa Vista, no momento em que foi abordado por Ialamy Gonzaga, conhecido como “Júnior Preto”, perguntando se ele era assaltante.

O delegado acredita que o suspeito já tenha abordado a vítima mostrando a arma, ação que assustou Eliel, que também achou que se tratava de um assalto.

Neste momento, o jovem teria jogado seus pertences para dentro do condomínio e saído correndo em direção aos Correios. A população, por sua vez, vendo toda a ação, passou a gritar “pega ladrão”.

Poucos metros depois, uma terceira pessoa coseguiu agarrar Eliel e o imobilizou com um “mata leão”. Neste momento, Ialamy se aproximou e efetuou o primeiro disparo em direção a vítima. No entanto, acabou acertando o outro homem, na região da virilha.

Este último foi orientado por Ialamy a seguir em busca de atendimento no Hospital Regional Tarcísio Maia. Enquanto isso, efetuou novos disparos, executando Eliel a sangue frio.

No local do crime, foram encontradas 7 cápsulas de munição 9mm deflagradas. Já no corpo de Eliel, a perícia constatou 9 perfurações (este dado não indica exatamente a quantidade de disparos que atingiram a vítima, pois há perfurações de entrada e saída dos projéteis).

Ainda de acordo com o Delegado Rafael Arraes, Ialamy tinha posse legalizada de arma de fogo, o que indica que ele poderia possuir a arma, mas não transitar com ela no meio da rua.

“Ressaltar que essa ação foi totalmente desproporcional, porque a vítima apenas se assustou, possivelmente pode ter visto a arma, né? Foi abordada já com a arma do Ialamy, e em nenhum momento ele esboçou reação, só fez correr, e em nenhum momento portava nenhuma arma, não representava perigo algum para a população que se encontrava naquela rua. Então uma medida totalmente desproporcional”, disse.

As testemunhas do crime, inclusive o homem que segurou o rapaz e que acabou sendo baleado, já foram ouvidas e confirmaram toda a dinâmica da ação.

O mandado de prisão preventiva contra Ialamy Gonzaga já foi emitido, mas ele ainda não se apresentou, sendo considerado foragido da justiça.

A Polícia Civil pede ajuda para localizá-lo. Qualquer informação que possa indicar seu paradeiro pode ser enviada, anonimamente, para o WhatsApp da DHM (98118-1478) ou por meio do 181 da Polícia Civil. (mossorohoje).

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