Em sua fala, a vereadora chegou a insinuar que o endividamento do município seria culpa dos professores convocados pelo ex-prefeito.
Uma afirmação inadmissível — e sem qualquer base na realidade.
Afinal, se o problema fosse realmente o número de professores convocados, por que o atual prefeito continua contratando dezenas de novos educadores?
Se há “professor demais”, como ela sugere, por que continuar contratando?
Então fica a pergunta: de quem é a culpa de fato?
A própria vereadora se contradiz ao dizer que o atual gestor “mostrou que o município tinha condições de pagar o piso salarial”.
Ora, vereadora: se a convocação inviabilizou financeiramente o município, como agora há condições de pagar o piso?
Tem dinheiro ou não tem? Decida.
Mais grave ainda é o desconhecimento — ou omissão — sobre a origem dos recursos.
Os salários dos professores são pagos com verbas do Fundeb, não com recursos próprios da prefeitura.
Culpar os docentes pelo endividamento é, além de injusto, uma tentativa clara de desviar o foco da verdadeira causa: a má gestão.
Enquanto isso, o município desembolsa mais de R$ 100 mil por mês em assessorias, mas o resultado é um cenário de colapso.
Nenhuma obra foi iniciada desde janeiro, as cestas básicas — garantidas por lei — deixaram de ser entregues, e os contratos sem licitação já ultrapassam R$ 40 milhões.
A dívida municipal chega a quase R$ 6 milhões, e o povo continua sem ver o trabalho acontecer.
Registro aqui meu repúdio à fala dessa vereadora que tenta responsabilizar os professores concursados.
É inaceitável que uma parlamentar se coloque contra o concurso público e defenda a contratação temporária — essa velha prática que mantém o trabalhador dependente do político, calado pelo medo da demissão.
Pior: a vereadora se cala diante das perseguições, demissões e abusos cometidos contra servidores efetivos desde o início da gestão.
O silêncio dela é tão grave quanto as injustiças que tenta encobrir.
A verdade é simples: o município de Afonso Bezerra está paralisado, endividado e mal administrado.
E a culpa não é — nem nunca foi — dos professores.
A culpa é de uma gestão que perdeu o rumo e a responsabilidade com o dinheiro público.

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