Walter Delgatti Neto, 30 anos, de Araraquara (SP).
Conhecido como “Vermelho” por causa do cabelo e barba ruivos, Delgatti ostenta
uma ficha com seis processos na Justiça paulista por crimes de estelionato,
furto qualificado, apropriação indébita e tráfico de drogas, nos quais acumula
duas condenações. Estelionatário clássico, de estilo fanfarrão, ele já foi
flagrado também andando com documentos falsificados, a exemplo de uma carteira
de estudante de medicina da USP e uma de delegado da Polícia Civil de São
Paulo, que Vermelho dizia usar para “pegar a mulherada”.
Em sua conta no Facebook, tinha fotos com um “leque” de ao
menos vinte notas de 100 dólares e com um fuzil em um clube de tiro nos Estados
Unidos. Em uma das vezes em que acabou detido, disse que era investidor e tinha
uma conta na Suíça. Poucos dias antes de ser preso pela PF, dirigia um Land
Rover branco pelas ruas de Ribeirão Preto, onde passou a viver.
A bordo do
carrão, deixou pendurada em um posto de gasolina da cidade uma fatura de 200
reais. Alegou ao frentista que o cartão de crédito não estava funcionando.
Nunca mais voltou. Dizia cursar por lá a faculdade de direito em tempo integral
na Unaerp, motivo pelo qual não lhe sobrava tempo para trabalhar. Ele realmente
estudou no local, mas sua matrícula está inativa. E não há curso de direito em
tempo integral na instituição.
As investigações mostraram que Walter Delgatti Neto, Danilo
Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira
teriam invadido — através de um golpe simples — o celular do ministro da
Justiça, Sergio Moro, e de pelo menos outras 1.000 pessoas, incluindo o
presidente Jair Bolsonaro, a deputada Joice Hasselmann, líder do governo no
Congresso, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, neste caso, o ataque foi
revelado por VEJA, depois que o número do ministro fez contato com o editor
Thiago Bronzatto.
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