Gravações obtidas pelo Jornal da Record a partir de uma
investigação do Ministério Público do Paraná revelaram pela primeira vez o
impacto que as transferências dos chefes da maior facção do país, o PCC, para
presídios federais causou na comunicação interna da quadrilha.
Nas escutas,
autorizadas pela Justiça, quem fala é Alexsandro Pereira, conhecido como Elias,
que era o tesoureiro nacional da organização criminosa e foi preso nesta
semana. Em uma das conversas, ele reclama das ações do atual governo,
especialmente de Sérgio Moro, e diz que o diálogo era mais fácil em gestões
anteriores.
Em uma das conversas, Elias diz: “A gente sabe que esse
governo que veio irmão, esse governo aí ô, os cara começou o mandato agora,
irmão, agora que eles começaram o mandato, os caras têm quatro ano aí pela
frente, irmão”.
“Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que
os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com
a cúpula, irmão. O… o… quem tá na linha de frente. Então, se os cara começou
mexendo com quem estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê?”,
afirma.
O traficante passa então a criticar o ministro Sérgio Moro.
“Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com
outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse MORO aí,
esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo,
mano. Ele veio pra atrasar”.
“Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você
ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano,
porque… situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo
telefone, mano. Mas o PT, ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa,
mano….”, diz Elias.
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