Segundo as investigações, o homem inventava histórias para conseguir dinheiro da noiva. Dizia, por exemplo, que tinha dívidas com traficantes ou que precisava de valores para pagamento de processos judiciais. O relacionamento com a vítima durou dois anos.
O casamento estava marcado para a última quarta-feira (5), às 15h, em um cartório da Asa Sul. Por volta das 5h, a polícia entrou em contato com a noiva e mostrou as provas de que seu companheiro era um ladrão. Em seguida, ela escreveu uma carta, atestando que foi vítima de golpe, para cancelar a cerimônia.
"A vítima só acreditou quando, a pedido dela, a colocamos de frente com o suspeito, que confessou que tudo se tratava de um golpe", contou ao portal G1 o delegado Luiz Gustavo Neiva Ferreira, da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural).
Hudson da Silva Ferreira deve responder por associação criminosa e estelionato, podendo pegar entre 9 e 13 anos de prisão, caso seja condenado. Mais três pessoas participaram do esquema. Uma delas é a empregada doméstica da vítima, que apresentou o suspeito à servidora. De acordo com o delegado, a ideia era formar o casal para a aplicação dos golpes.
No dia do casamento, após identificar o esquema, todos os suspeitos foram levados para delegacia, onde confessaram o crime. Apesar do indiciamento, eles não foram presos, porque não foi possível configurar prisão em flagrante. Agora, vão responder na Justiça.
A família da vítima desconfiou do golpe quando a mulher chegou a ficar em "situação de miserabilidade", sem ter até o que comer.
Em outro caso, a polícia disse que Hudson contou ter uma dívida com um traficante, no valor de R$ 53 mil, que também custeada pela vítima. O golpista também contou que tinha sido processado por violência doméstica e precisava pagar R$ 16 mil de multa, valor que também foi custeado pela mulher.
"Sentamos com a família da vítima, fizemos alguns cálculos e o valor dos golpes já ultrapassa R$ 1 milhão. Em 16 anos de polícia, nunca vi nada parecido", disse o delegado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário