Após se recusar a fazer cortes de energia elétrica na casa
de clientes em Fortaleza, um funcionário terceirizado da distribuidora de
energia do Ceará, a Enel, foi demitido na segunda-feira (23).
Ramiro Roseno Sombra, 27 anos, se opôs a cumprir o serviço
devido à situação de emergência e isolamento social no estado por causa do
novo coronavírus. “As pessoas nesse momento estão necessitando da energia, não
achei justo”, alegou.
Em nota, a Enel confirmou a demissão, mas disse que os
contratos terceirizados são gerenciados pelas empresas parceiras e afirmou que
o tipo de corte em questão é relativo aos casos em que o próprio cliente
solicita o desligamento. O G1 entrou em contato com a empresa para
qual o eletricista trabalha, a Sirtec, mas as ligações não foram atendidas.
O ex-funcionário conta que outros três colegas de profissão
foram demitidos e mais 16 suspensos por um dia, na segunda, por se recusar a
fazer os desligamentos que conforme ele, eram por causa de débitos.
“Recebi 52 cortes, eu e mais 19 motoqueiros, quatro foram
demitidos, eu e mais três, e 16 foram suspensos por um dia porque todos eles
reivindicaram que não iriam cortar cliente específico porque nesse momento,
nesse período, não é cabível cliente ser cortado”, disse. Segundo ele, depois
de se negar a fazer o serviço recebeu uma advertência e horas depois foi
demitido.
Além dos problemas aos clientes acarretados pela pandemia
de coronavírus que atingiu o Ceará, ele argumenta que há risco de os
profissionais sofrerem reações violentas da população ao tentar fazer um corte
de energia. “É um serviço arriscado”, frisou.
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