sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Bolsonaro diz ter sido traído por Zambelli por acordo com Moraes


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dito a pessoas próximas de seu círculo social que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) o traiu por ter feito um suposto acordo com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A informação foi dada por interlocutores do ex-chefe do Executivo ao jornal Folha de S. Paulo.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, Bolsonaro diz acreditar que a deputada fez um acordo com o ministro –que foi alvo de suas críticas durante a maior parte de seu governo– para que a congressista conseguisse retornar às redes sociais. O ex-presidente teria tido certeza do arranjo quando viu a notícia de que Moraes havia mandado desbloquear os perfis da congressista nas redes sociais.

De acordo com o jornal, interlocutores disseram que amigos e auxiliares do ex-chefe do Executivo viram a reação como “exagerada” e que creditava as falas a uma “paranoia” por parte de Bolsonaro, conhecido por só confiar na lealdade de seus filhos.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada na noite de 4ª feira (22.fev.2023), Zambelli criticou a atitude de Bolsonaro ao demorar para se pronunciar depois de sua derrota nas eleições de 2022. Conhecida por ser uma das fiéis apoiadoras do ex-presidente, a deputada disse ainda que, com a derrota dele, a direita tem que “virar a chave”.

A congressista afirmou ser contra o impeachment de Moraes, pedido que foi mencionado várias vezes por Bolsonaro durante o final do governo. “Qualquer impeachment no STF, o substituto vai ser indicado por Lula. Pode entrar uma pessoa que faça as maldades do Alexandre de Moraes parecerem uma criança chupando picolé”, declarou Zambelli.

Ela admitiu ter entrado em contato com Moraes para resolver o bloqueio de suas redes sociais: “Liguei e mandei um e-mail”. A deputada disse ainda que, dias depois, seus perfis foram devolvidos. “Estou à disposição dele para conversar”, acrescentou a deputada, que declarou que não é hora de “bater no STF”.

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